Conservadores x Progressistas

O mundo vive um momento complicado, de grande embate ideológico. Depois de uma grande onda progressista assistimos, espantados, a uma reação conservadora radical. O futebol faz parte da sociedade e sempre acaba refletindo suas discussões, em vários de seus infinitos segmentos. As escolhas dos treinadores para 2020 pode ser vista sob este ângulo.
Há quem defenda uma revolução no futebol brasileiro com base – especialmente – no trabalho histórico de Jorge Jesus no Flamengo e nas ideias progressistas de Jorge Sampaoli no Santos. Esta corrente enxerga os técnicos brasileiros experientes como ultrapassados, preguiçosos, inferiores.
Do outro lado estão os que encontram nos treinadores com currículo em nossos campeonatos a segurança de quem já ganhou vários títulos e que tem “identificação” com a torcida pelo passado. Neste cenário estão nomes como Wanderley Luxemburgo e Abel Braga, recém-anunciados por Palmeiras e Vasco.
Eu sou progressista. Acho que precisamos buscar a evolução. Não me contento com a média do futebol apresentado aqui nos últimos anos. Podemos fazer mais e melhor. Não vejo problema nenhum em buscar profissionais fora do Brasil para isso, embora tenhamos nomes novos muito promissores por aqui como Tiago Nunes (excelente aposta do Corinthians), Eduardo Barroca, Fernando Diniz, Roger Machado, Rogério Ceni, Fábio Carille e outros.
Mas nunca fui radical e acho que levar as coisas ao extremo – para qualquer que seja o lado – não é o melhor caminho. Há espaço para a “Old School” e para a novidade. Desde que todos procurem entender a evolução do futebol. A experiência conta também. É um bem que nunca pode ser descartado, mas na era da inovação é fundamental aceitar a novo. A mescla entre as duas escolas pode ser positiva. Desde que haja respeito de ambos os lados.
Isso serve também para o futebol.

Deixe um comentário